Em minha rotina na clínica, não raras vezes escuto algumas pessoas dizendo que resistiram por muito tempo a um processo psicoterapêutico, porque sempre ouviram dizer que “isso é para os loucos”. No imaginário popular, o profissional psi estaria endereçado somente àquelas pessoas rotuladas como “fora do padrão da normalidade”.
É verdade que, historicamente a psicologia esteve conectada às questões relacionadas à loucura e à doença mental. E isso é um marco positivo na história da psicologia que, atualmente, milita a favor do discurso antimanicomial. A temática da loucura é extensa e complexa e, demanda bastante manejo de quem versa sobre ela. Fato é que, os ‘loucos’ são os que aprenderam a olhar o mundo com os olhos da realidade e, por isso muitas vezes são reprimidos e excluídos da sociedade. Muitos autores concordam em dizer que é o ‘não louco’ que nomeia o ‘louco’. Por quê? Porque a loucura nunca deixará de ser uma ameaça enquanto a sociedade horrorizar o diferente, excluindo ou reprimindo a diversidade em detrimento de uma uniformidade racional e científica.
Então, a quem se endereça hoje o trabalho da psicologia? A resposta é fácil: ainda aos loucos. Loucos pela vida, loucos por uma experiência de metamorfose, de transformação, loucos e ávidos por se libertarem dos cativeiros da subjetividade, loucos pelo melhor da vida que, só se entrega a quem não tem medo de encarar sua realidade, enfrentar seus fantasmas e redescobrir a força de ser pessoa!
*Coluna Fragmentos Psi. Primeira Leitura. | Texto escrito por Bruno Bressani. Todos os direitos reservados.
**O texto é de responsabilidade do autor e não representa a opinião do Primeira Leitura.
Mín. 18° Máx. 29°
Mín. 19° Máx. 30°
Sol, pancadas de chuva e trovoadas.Mín. 21° Máx. 28°
Sol, pancadas de chuva e trovoadas.